FIBRAS, FIOS E TECIDOS




FIBRAS E FIOS - O começo de tudo
Naturais, artificiais ou sintéticas, as fibras iniciam um longo processo:
- a fabricação dos tecidos que têm, cada vez mais, a tecnologia a seu serviço -

 A indústria têxtil, é considerada uma das mais antigas do mundo. Há milhares de anos, o homem construía seus abrigos com varas de madeira entrelaçadas com vime. Entrelaçando vime, ele também preparava a cama em que dormia. Essa foi a modalidade mais grosseira de manufatura têxtil. Com o passar do tempo, ele aprendeu a usar fibras mais macias como o linho, a lã, os pelos animais, e o algodão, passando a obter fios por processo manual. Os dados de maior confiança, nos levam a crer, que o Egito com suas múmias revestidas de tecido, e a Índia, com seus famosos panos para vestimentas, constituíram o berço da indústria têxtil. Em épocas remotas, esta atividade veio a transformar-se numa operação doméstica tão vulgarizada, que chegou a ocupar metade da população da Índia. Neste país, em escavações arqueológicas, descobriram-se sinais de remotas plantações de algodão e, sabe-se que os primeiros tecidos, também tendo como base o algodão, surgiram igualmente na Índia, especialmente na cidade de Dacca, o maior centro produtor do país. A seda, por sua vez, tem na China a sua pátria - os chineses foram os primeiros a cultivar o bicho da seda e a aproveitar o casulo na fiação da seda natural. A seda é, ainda, um dos tecidos mais valorizados em toda a parte. Há notícias de sedas chinesas, com seus desenhos de dragões, pássaros e outros animais, que remontam a época da dinastia Han, no século I antes de Cristo, e os brocados chineses, comentados por Marco Polo, alcançaram seu apogeu no século XIV sob a dinastia Ming. Ao linho também cabe uma longa história, que começa no Egito e na Criméia, há cerca de cinco mil anos. Quando as primeiras grandes viagens começaram a ser empreendidas, redesenhando os contornos do mundo, as descobertas isoladas foram se espalhando. A seda, especialmente, fascinava o mundo. Chegava à Espanha, e ganhava a Europa. Aos poucos, grandes centros produtores se firmavam em cidades italianas, francesas e inglesas. Os teares eram todos manuais
( o primeiro tear mecanizado só apareceu em 1785). No começo, e durante muito tempo, as fibras eram retiradas apenas das plantas e dos animais, até que um dia, a necessidade de criar o que a natureza não havia criado, fez surgir no mundo a fibra produzida em laboratório - a fibra química artificial, de matéria-prima natural vegetal ou animal, recuperados da natureza, ou sintética, obtidas a partir do petróleo, do carvão mineral etc.... A história dos tecidos ganhava, com esses novos aliados, um novo e grandioso futuro. Entre fibras naturais e químicas, na verdade, não há a menor animosidade. Várias vezes combinadas entre si nas tecelagens, elas vêm dando origem a uma infinita gama de tecidos (e o tecido, hoje em dia é a base de toda a evolução da moda), que exige sempre mais que uma boa textura e um bom caimento. As fibras químicas, na verdade, têm se esforçado para chegar o mais próximo possível das fibras naturais - vegetais ou animais - e os laboratórios têxteis se cercam dos mais variados processos em busca dessa naturalidade. O fato é que a roupa que vestimos, quando feita com fibras químicas, começa em algo que chamamos polímero - a base da estrutura das fibras . É a maneira como as cadeias moleculares estarão dispostas no interior da fibra, que, entre outras coisas confere à ela - e portanto, também ao produto final, o tecido - características como resistência, flexibilidade e absorção de umidade, por exemplo. A diferença fundamental entre uma fibra química e outra natural, diz respeito entre outras coisas ao seu tamanho: as fibras naturais são curtas, com exceção da seda, enquanto que as químicas provêm de um filamento contínuo. E os dois tipos, hoje em dia , são alvo do esforço de fabricantes de fios e tecidos para conseguir produtos cada vez melhores. No caso de fibras naturais, os cuidados começam com a própria planta de onde são extraídas, ou com os animais, cuja cobertura vai ser utilizada em sua produção. O modo de colher o algodão, e a região de onde se tira a lã do animal, por exemplo, são decisivos para a qualidade da fibra, do fio e do tecido. Do mesmo modo, com relação às químicas os esforços são constantes. E um dos resultados mais primorosos conseguidos até hoje, é a descoberta da microfibra, com peso absolutamente mínimo e características próximas aos tecidos produzidos com fibras naturais. Na Fiação, fibras e filamentos se transformam em fios, mas é na tecelagem que, finalmente essa infinidade de fios vai ganhar corpo e virar tecido. Os teares podem se modernizar rapidamente, proporcionando a fabricação de tecidos cada vez mais confortáveis, de toque macio e aparência impecável, mas o milenar processo de trabalhar urdume e trama - os fios do comprimento e da largura do tecido - é eternamente o mesmo. O modo como eles são ligados, é que definirá a sua padronagem. Da fibra para o tecido, há um longo caminho a ser percorrido. Antes de se tornar fio, as fibras passam por uma série de máquinas que as limpam, tornando-as homogêneas e paralelas. Essas mesmas máquinas estiram a fibra e dão torção - o processo que confere ao fio a coesão necessária. E, quando o fio sai dos teares na forma de tecido, várias etapas ainda o aguarda: o beneficiamento, que prepara o tecido para o tingimento e a estamparia, e uma série de processos de acabamento, capazes de alterar o toque e o aspecto, torná-lo impermeável, aveludado etc.....